A Justiça de São Paulo concedeu habeas corpus a uma mulher que estava detida havia quase 90 dias na maca de um hospital, sem saber o próprio nome e sem portar documento algum. Ela ficava algemada à cama, com um policial armado fazendo a escolta.
Segundo avaliação médica, a mulher sofre de esquizofrenia avançada. Mesmo assim, foi acusada de tentar roubar um aparelho de telefone fixo, no valor de R$ 50, após entrar na casa de um rapaz, aparentemente em surto. Ela foi indiciada por tentativa de furto.
De acordo com a Defensoria Pública, a vítima manifestou interesse em abandonar a acusação, já que o telefone era usado e não houve violência ou grave ameaça.
Após pedidos em primeira instância, a Defensoria pediu habeas corpus em dezembro. Os Defensores Públicos Leandro de Castro Gomes, Ilka Millan e Cláudio Lúcio Lima solicitaram a liberdade da mulher e seu encaminhamento imediato a um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), para atendimento médico e inclusão em serviço de residência terapêutica. Ao receber habeas corpus, na terça-feira (24) passada, ela foi encaminhada no dia seguinte para tratamento.
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