“Eu quero meu filho. Ele me chamou tanto”, repetia, aos prantos, Aurea Cristina da Silva Santos, de 40 anos, olhando para o caixão de Elizeu Santos Trigueiro da Silva, de 15, durante o sepultamento no cemitério do Caju, na manhã deste domingo. O adolescente foi morto na noite de sexta-feira em operação do Bope, na Favela do Arará, em Benfica.
Alegando estar sem forças para continuar a viver, Aurea fala com incerteza sobre o futuro, mas diz que quer justiça:
— Dói muito, penso em processar o Estado. Sei que é difícil, mas não é impossível — declara, quase sem voz.
Revoltado, o pai do menino, que prefere não ser identificado, compartilha da mesma opinião e destaca que vai lutar para que os responsáveis pelo crime sejam punidos.
— É uma vergonha ver uma autoridade policial, feita para proteger e respeitar o cidadão, vestir uma farda e matar o meu filho — lamenta ele, completando que uma parte dele foi enterrada hoje:
— É muito triste esta situação. Foi um ato covarde desses bandidos. Invadiram nossa privacidade para matá-lo, pois estavam escondidos no condomínio. Meu sonho é vê-los atrás da grades — disse.
Cerca de 100 pessoas compareceram ao enterro, entre parentes e amigos do adolescente e da família. Entre eles estava uma moradora da Favela do Arará, mãe de uma jovem que estudava com Elizeu.
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