sábado, 27 de abril de 2013

Caso Bernardo: polícia investiga Menor P por cinco desaparecimentos só do ano passado para cá




Bernardo não sabe a sorte que teve ao sair vivo da Maré após bater de frente com Marcelo Santos das Dores, o Menor P. O traficante é investigado por pelo menos cinco desaparecimentos em sua área de domínio somente do ano passado para cá.
Entre os desaparecidos estão um traficante conhecido como R10, que até então era braço-direito de Menor P, e sua mulher. Eles foram vistos pela última vez às vésperas do Natal, em 23 de dezembro do ano passado.
Na comunidade, Menor P é temido pelos moradores. Pela polícia, é visto como um traficante sanguinário. O envolvimento de Dayana Barros Rodrigues, de 22 anos, com um jogador de futebol conhecido despertou uma crise de ciúme no traficante, que reagiu com violência ao saber que estava envolvido num triângulo amoroso.
Dayana, aliás, não era a única mulher na vida do traficante, que teria pelo menos seis namoradas espalhadas pela sua área de atuação no Complexo da Maré.
Menor P é do tipo que gosta de se exibir, principalmente ao lado de celebridades. Ele já postou foto na internet ao lado do cantor Naldo, tentando mostrar intimidade.

Chefe da facção
Além de comandar o tráfico em comunidades na Maré, Menor P também é apontado pela polícia como o chefão de uma das principais facções em atuação no Rio.
Ele assumiu o posto após a morte do traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, baleado numa troca de tiros durante uma operação policial em Senador Camará, Zona Oeste do Rio, em maio do ano passado.
Menor P possui um verdadeiro exército, com pelo menos cem fuzis e cerca de 200 homens na Maré, treinados com táticas militares — conhecimento adquirido pelo traficante nos tempos em que esteve no quartel.

Ele anda com cerca de 20 homens armados com fuzis, responsáveis pela sua segurança. As saídas da comunidade — geralmente para Senador Camará, área onde Matemático comandava o tráfico antes de morrer — costumam ser feitas com um forte esquema se segurança.
Numa dessas saídas, no ano passado, quase acabou preso. Ele deixou a comunidade e passou o dia na praia da Barra ao saber de uma operação para prendê-lo. Foi caçado lá, mas conseguiu fugir, apesar de ter um dos comparsas preso.
Em outubro de 2011, Menor P foi responsável por tentar extorquir R$ 2 milhões de uma construtora para “autorizar” a construção da ponte estaiada que liga o Fundão à Linha Vermelha. Na época, bandidos chegaram a atirar em direção ao canteiro de obras.
Táticas de exército e 'terrorismo'
Ex-paraquedista, Menor P utilizou conhecimentos adquiridos no Exército para impressionar os rivais. Numa demonstração de liderança, obrigou um dos seus “soldados” a fazer flexões diante da “tropa” por ter derrubado um carregador de fuzil. Como resultado, conseguiu recrutar integrantes da quadrilha rival.
Wladimir Augusto da Paz dos Santos, o Mimi, se impressionou com as táticas de Menor P e sua quadrilha, que circulava pela comunidade com uniformes pretos. Ele mudou de facção e passou a trabalhar para Menor P. No entanto, voltou ao bando de origem e acabou sendo esquartejado e usado como exemplo.

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