domingo, 28 de abril de 2013

Nordestino agredido por neonazistas em Niterói diz que grupo atua há mais de um ano

Vitima do grupo, Cirley Santos tem o selo de uma gravadora jamaicana tatuado no braço; ele teve óculos quebrados com um soco


O homem que foi agredido por um grupo neonazista em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, neste sábado, garante que foi perseguido por ser nordestino e que esta não foi a primeira vez que o bando, que se autodenomina skinhead, o ataca na cidade.
— Eles me chamaram de nordestino de merda antes de me atacar. Gritaram o nome de (Adolf) Hitler. Essa não foi a primeira vez que fui atacado por um deles. Às vezes, esbarrava com eles em alguns shows. Desde que eu passei a assumir minha paixão por músicas jamaicanas, me tornei alvo — garantiu Cirley Santos, de 33 anos, nascido em Natal, no Rio Grande do Norte.
O jovem, que tem o selo de uma gravadora jamaicana tatuado no braço esquerdo, teve a lente de seus óculos quebrada com um soco durante a agressão.

Cirley contou que estava distribuindo currículos, na manhã de sábado, quando foi reconhecido e abordado por dois homens que o agrediram com socos e fugiram em seguida. A vítima, no entanto, conseguiu pedir ajuda a guardas municipais que estavam perto da Praça Arariboia, no Centro de Niterói, onde foi feita a abordagem.
— A sorte é que estava claro, tinha bastante gente em volta. As pessoas começaram a gritar e eles saíram. Foi quando chamei os guardas municipais.
De acordo com Cirley, a primeira agressão sofrida por ele foi ainda mais dramática, ele chegou a ter um corte no braço.
— A primeira vez que fui agredido foi há mais ou menos um ano. Foi porque eu estava com uma blusa que tinha a bandeira da Jamaica. Fui atingido por um canivete, que fez um corte no meu braço — lembra ele.

Os guardas encontraram os dois agressores dentro de um carro Peugeot preto, próximo à praça. No veículo, estava o restante do grupo, totalizando cinco homens. Eles foram identificados como Caio Souza Prado, de 23 anos, Thiago Dias Borges, de 28, Philipe Ferreira, de 21, Carlos Luiz Bastos, de 33, e Dauil Oliveira de Moraes, de 31. No veículo onde estavam, foram encontrados um soco inglês, duas facas e um bastão, além de bandeiras e panfletos com a suástica, símbolo do nazismo (movimento alemão comandado por Hitler, que pregava a supremacia de uma suposta raça pura europeia)
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Grupo Neonazista preso em Niteroi ao lado dos objetos apreendidos, facas, panfeltos, bandeira nazista, e outros

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