Gravatinha borboleta montada em ouro branco cravejada com mais de mil diamantes e com lance inicial de quase R$ 11 mil, bolsas e baú de marca francesa caríssima, tapetes, pratarias, brincos de ouro e até uma foto com a mãe de Clodovil Hernandes serão leiloados nesta quinta-feira (12) na Casa 8 Leilões, nos Jardins, em São Paulo. O “tesouro” do estilista -– que morreu há pouco mais de três anos – será vendido para saldar as dívidas deixadas pelo artista e ex-deputado.
De acordo com a advogada e amiga de Hernandes, Maria Hebe Pereira de Queiroz, responsável pela administração e manutenção dos bens, a dívida que Clodovil deixou ao morrer e que até o momento não foi paga gira em torno de R$ 350 mil. Ela se divide entre pagamentos de encargos trabalhistas e indenização para a senadora Marta Suplicy (PT).
— Só para a Marta preciso pagar cerca de R$ 240 mil por uma ação indenizatória que ela ganhou em 2004. Naquele ano, a Marta ganhou uma ação de indenização [ela processou o estilista por uma ofensa] que, na época, era de R$ 80 mil. Além disso, correm ações trabalhistas entre R$ 5.000 e R$ 10 mil. Fora tudo isso, o patrimônio dele [duas casas e os bens] tem um gasto mensal de manutenção de R$ 10 mil e não tenho mais dinheiro para pagar tudo isso.
Maria Hebe conta que precisou pedir à Justiça para se livrar de parte destas dívidas. Segundo ela, muitas pessoas têm criticado sua atitude de vender os bens de Clodovil.
— Se eu recebesse o dinheiro da RedeTV! [quase R$ 3 milhões] de uma ação que ganhamos pela emissora ter demitido ele em 2005 por fax e sem justa causa, não seria necessário fazer este leilão. Eu poderia pagar todas as dívidas e ainda abria a fundação que ele pediu em testamento. Leiloar eu também não queria. Mas quem vai pagar tudo que [ele] deve?
Por ter sido um homem famoso e polêmico, a venda dos objetos de Clodovil Hernandes poderá trazer mais lucros do que um leilão comum, de acordo com o organizador Ulisses Barbosa da Silva.
— Teremos 158 peças em exposição. Em um leilão normal, vendendo 100% dos objetos poderíamos arrecadar de R$ 80 a R$ 100 mil. Como ele foi uma pessoa pública, calculamos o dobro.
Segundo Silva, a expectativa é de que pelo menos 200 pessoas participem do leilão. A maior parte dos objetos tem lances mínimos livres. Mas há outros, como por exemplo um baú da marca francesa Louis Vuitton, que se comprado em uma loja não sairia por menos de R$ 40 mil, de acordo com Silva.
Qualquer pessoa interessada poderá participar do leilão, que acontece a partir das 21h desta quinta-feira. De acordo com o organizador, basta preencher o cadastro com alguns dados no site da Casa 8 Leilões ou pessoalmente no local.
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