sexta-feira, 13 de abril de 2012

Leilão de Clodovil tem confusão, gritaria e disputa acirrada por peças

O leilão de peças que pertenceram ao ex-estilista e ex-deputado Clodovil Hernandes, na noite desta quinta-feira (12), foi marcado por confusão, gritaria e disputas acirradas pelos bens. Um público bem maior do que o que a Casa 8 Leilões, nos Jardins, poderia abrigar compareceu ao local, deixando o ambiente abafado e o leilão, confuso.

Após apenas seis objetos serem leiloados, um homem começou a gritar, dizendo que tinha obtido no Fórum de Pinheiros um protocolo para impedir que algumas peças fossem vendidas. Após verificação dos papéis levados por Maurício Tetiz, que se dizia presidente de um instituto com o nome de Clodovil, os organizadores retiraram da lista do leilão a escultura de uma cobra – que Clodovil havia dado o nome de Marta Suplicy – e um sofá com o brasão da República da época em que passou por Brasília.
Após a confusão, o leilão continuou, e aos poucos a sala foi ficando mais vazia, permitindo que as vendas prosseguissem com normalidade. Uma mulher que tentava, sem sucesso, obter vários objetos quebrou o silêncio ao comemorar, com gritos, o momento em que conseguiu adquirir uma peça.
A disputa seguiu acirrada peça a peça, com os presentes dando diversos lances até conseguirem arrematar os bens.

Um empresário catarinense do ramo da pesca que se identificou apenas como Carlos foi um dos responsáveis pelo montante arrecadado. Vindo de Balneário Camboriú (SC) apenas para participar do leilão, ele arrematou por R$ 23 mil – um dos valores mais altos do leilão – um baú da Louis Vuitton.
Carlos afirmou que é colecionador e participa de vários leilões e que “já sabia” que ia conseguir levar o baú.
- Tenho uma coleção de 3.000 itens com móveis, baús, joias. No leilão do Abadia gastei R$ 50 mil. 


Sabia que ia adquirir o baú, porque estava disposto a pagar até uns R$ 25 mil e que não ia passar disso. É um bom negócio porque um baú desse novo, na loja, custaria R$ 35 mil e ainda teria que declarar para a Receita Federal.
Mais modesta, a empresária e pedagoga Fernanda Hernandez, que se diz prima distante de Clodovil por parte de mãe, levou um conjunto de vasos – que posteriormente descobriu que serviam também como abajures – por R$ 2.300.

Questionada sobre até quando estava disposta a pagar, Fernanda afirmou, de maneira bem-humorada, que não passaria dos R$ 2.350, e que ainda “não fazia ideia” de onde colocaria os vasos-abajures.
- Estou me mudando, então ainda não sei. Mas acho que vai ter que ser na sala de jantar.
Ela tentaria, ainda, comprar um quadro de um homem que já o havia arrematado no leilão.
A empresária da noite Lilian Gonçalves, dona de uma porção de bares no bairro da Santa Cecília, também compareceu ao leilão. Minutos antes do início, ela afirmava que estava disposta a gastar até R$ 100 mil em peças que posteriormente colocaria no “Centro de Convenções da Calçada da Fama”, espécie de museu que pretende criar na rua Canuto do Val, onde também quer fazer uma calçada da fama – contra a vontade do Ministério Público, que impede o início das obras na Justiça.
- Minha intenção é preservar o baluarte, a bandeira nacional que foi o Clodovil., que levava Ibope, público e crítica aonde quer que fosse.
Lilian, entretanto, arrematou apenas a primeira peça colocada à venda, por R$ 1.700, e foi embora, afirmando que estava passando mal por causa da superlotação da casa.

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