- Eu quero que a justiça seja feita, a de terra e do céu. Foi muito brutal. Eu sinto raiva porque elas tiraram a vida da minha filha muito cedo. Ela tinha tudo pela frente.
A tristeza e a indignação transparecem na fala de Maria Aparecida Orlando, mãe da menina que foi cruelmente assassinada pela amigas e teve o coração arrancado. Depois de encontrar o corpo da filha dilacerado, ela junta forças para aceitar o crime e conta que as suspeitas frequentavam sua casaconstantemente, mas não apareceram mais depois do sumiço da garota. A desconfiança de que Fabíola estivesse envolvida com o tráfico surgiu há um ano, quando ela começou a ficar agressiva.
- Elas eram má companhia. Eu tinha avisado, dava conselho para ela, mas ela não obedecia.
O padrasto, José Viana, também tentou desviar a enteada do mau caminho, mas diz que ela estava nervosa e desobediente. Segundo ele, as três meninas eram muitos amigas e sempre estavam juntas.
- Ela chegava mais agressiva, às vezes não tomava banho, dormia assim que chegava. Eu não sabia do namoro. A mãe falava para ela não sair, mas quando chegava da escola, já saía para rua e não ficava em casa. Só chegava à noite.
Inconformados com o crime, os pais esperam a liberação do corpo para poder enterrar o corpo e, junto com ele, parte do sofrimento.
Depoimento
A conclusão do inquérito sobre a morte de Fabíola Santos Corrêa, 12 anos, assassinada por duas amigas em um matagal e encontrada sem o coração na última quinta-feira (07) em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana, apontou o possível envolvimento de traficantes no crime.
Segundo o delegado Enrique Solla, responsável pelo caso, o crime foi cometido por duas garotas de 13 anos que, assim como Fabíola, namoravam traficantes de uma gangue da região. Ainda, segundo Solla, as adolescentes não demonstraram arrependimento durante o depoimento, chegando a rir em alguns momentos.
Uma das meninas confessou o crime para a polícia, e disse que a intenção delas era "dar um susto" em Fabíola para que, caso ela fosse pega por membros da gangue rival, não contasse detalhes do envolvimento das garotas com o tráfico de drogas.
O crime
Fabíola foi levada para o matagal, e jogada no chão. Uma das adolescentes contou que encostou uma faca no pescoço da vítima, que tentou se defender. Na briga, a garota acabou sofrendo um corte no pescoço e caiu. Com a situação fora de controle, as outras adolescentes resolveram matá-la ali mesmo. Fabíola ainda foi agredida com um golpe de barra de ferro na cabeça.
Segundo o delegado, a adolescente contou também que, com Fabíola já caída, as duas abriram o peito da garota e arrancaram o coração dela, que ainda batia. A intenção seria levar o órgão como uma espécie de prova para contar às mães que as meninas estavam sendo ameaçadas por traficantes.
As duas adolescentes foram levadas para o Centro de Internação Provisória São Jerônimo, no bairro Horto, região Leste da capital.
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