Dei um tempo para ver se O Dentista Mascarado conseguiria engatar uma terceira marcha, mas após três episódios nada foi adiante. O seriado é uma tragédia em vários sentidos, afinal o que se pode esperar de uma comédia que não tem graça nenhuma? É bem produzido, claro, mas não segura a onda. Tudo bem, aí a culpa não é do Adnet, mas sim da Globo que o colocou num projeto que claramente não foi feito para ele.
A série é criação da dupla Fernanda Young e Alexandre Machado, a mesma de outras atrações como a muito boa Os Normais e as mais fraquinhas Separação?!, Macho Man eComo Aproveitar o Fim do Mundo. Talvez O Dentista Mascarado seja o trabalho mais fraco de Young/Machado e isso respinga na estreia de Adnet na Globo.
O recém-contratado é, sem dúvida, uma das maiores revelações recentes do humor na TV brasileira. Fez trabalhos incríveis na MTV, com sátiras, esquetes, programinhas curtos (lembra do 15 Minutos?), entre outras coisas. Adnet é realmente muito bom, mas está preso a um texto que não é seu e é nisso que ele é bom: no improviso, na tiradinha esperta, na gag que surge em cima da hora. Nada disso acontece dentro de O Dentista Mascarado, que não deixa espaço para as sacadas do ator/comediante. Aliás, do jeito que vai, não dá para apostar numa segunda temporada. O que seria até bom para Adnet, que seria liberado para fazer alguma outra coisa na Globo e, espera-se, mais com a sua cara.
O que não dá é continuar vendo seu talento ficar limitado a um programa desse tipo, com esquema rígido de roteiro e sem espaço para improvisos. Essa, definitivamente não é a dele.
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