sábado, 4 de fevereiro de 2012

Suplicy denuncia abuso sexual na desocupação do Pinheirinho






O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou nesta sexta-feira (3), em discurso no plenário do Senado, que houve abuso sexual por parte de policiais militares na ação de desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos. O senador disse ter obtido as informações acompanhando o depoimento das vítimas ao Ministério Público do Estado de São Paulo nesta quarta (1º).
Procurado pelo G1, o Ministério Público de São Paulo não confirmou até as 16h o depoimento ao qual se refere o senador Eduardo Suplicy.
Mais tarde, na noite desta sexta (3), o comandante da PM, coronel Álvaro Camilo, deu entrevista coletiva e disse que não acredita nas denúncias devido a discrepâncias entre os relatos das supostas vítimas e dos policiais.
A operação da Polícia Militar em cumprimento da ordem de reintegração de posse foi iniciada em 22 de janeiro e finalizada em 25 de janeiro, quando todas as edificações construídas no local tinham sido demolidas. A operação terminou com 32 detidos.
No depoimento, segundo o senador, as vítimas disseram que na noite de 22 de janeiro, no início da desocupação, vários policiais militares entraram em uma casa na região do Pinheirinho de modo “abrupto e violento” rendendo agressivamente um jovem de 17 anos e sua mulher, de 26 anos. Segundo o depoimento, havia seis pessoas na casa.
De acordo com termo de declarações ao Ministério Público cuja cópia o senador forneceu ao G1, os policiais renderam a mulher de 26 anos, a isolaram dos demais moradores da casa e a submeteram durante quatro horas a abuso sexual.
No documento, a vítima relata ainda que “durante o ataque foi retirada da casa e, segundo ela própria, mais uma vez seviciada no interior de uma viatura cinza, que identificou como sendo do grupamento Rota”.
O adolescente de 17 anos, de acordo com o depoimento, “foi agredido fisicamente e psicologicamente” e ameaçado pelos policiais de “empalação com um cabo de vassoura untado de creme e pomada”.
As vítimas mencionaram, segundo o documento, que “no decorrer dos fatos puderam identificar cerca de uma dúzia de policiais todos ostensivamente identificados como componentes do grupamento Rota”.
Os policiais, de acordo com o depoimento, “comeram a comida da casa, danificaram diversos objetos que guarneciam o imóvel, além de terem levado pertences e dinheiro que nada teriam a ver com qualquer atividade ilícita”.
Suplicy disse que pediu aos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, proteção às vítimas.
Ele disse que se encontrará na tarde desta sexta (3) com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e pedirá que sejam tomadas providências para afastar e punir os agressores.




É louvável a atitude do Senador,que já provou a todos que tem caráter.Abuso de policiais é a coisa mais comum quando há desocupação de favelas,mas ninguém denuncia.Precisamos de mais gente assim,Eduardo Suplicy



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