sábado, 21 de abril de 2012

PMs suspeitos de estupro na Rocinha já estão em presídio militar




Três policiais militares do Batalhão de Choque suspeitos de violentar sexualmente e torturar uma moradora da Rocinha já estão presos no Bep (Batalhão Especial Prisional), unidade destinada a PMs, em Benfica na zona norte do Rio. Eles chegaram por volta das 10h, após terem a prisão temporária por 30 dias decretada pela Justiça. Um dos policiais que estava com o grupo, não foi indiciado porque teria ficado no carro da PM e não participou da agressão
O juiz Paulo César Vieira de Carvalho decretou, na madrugada deste sábado (21), durante o plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a prisão temporária por 30 dias dos PMs suspeitos de estuprar uma moradora da Rocinha. Os três policiais teriam sido reconhecidos por foto pela vítima, uma moradora da comunidade, detida após suspeita de praticar furtos na Rocinha. Ela teria sido levada para um beco, próximo à rua Dois, onde alega que os abusos sexuais aconteceram, na última quarta-feira (18).
Um dos objetivos da prisão temporária é evitar que os PMs suspeitos interfiram nas investigações, como, por exemplo, uma suposta intimidação da família da vítima. A mulher que disse ter sido abusada estava detida até o início da manhã deste sábado, já que é suspeita de furto. Laudo preliminar do IML teria confirmado a violência sexual.
O comando da Polícia Militar anunciou na noite da última sexta-feira (20) o afastamento dos PMs suspeitos de estuprar a moradora da Rocinha. A corregedoria da corporação abriu um IPM (Inquérito Polcial Militar) para apurar as denúncias.
Neste sábado, uma mulher que teve a bolsa furtada pela suposta vítima dos PMs prestou depoimento na 1ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar), no Méier. A mulher que disse ter sido agredida pelos policiais deverá ser transferida para uma unidade prisional ainda neste sábado.
De acordo com a CGU (Corregedoria Geral Unificada) da Secretaria de Segurança, foi instaurado desde quinta-feira (19) um procedimento administrativo para apurar o caso. A assessoria informou ainda que o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, determinou máximo rigor nas investigações.
Ocupada pela polícia em novembro passado, a Rocinha tem recebido grande destaque nos últimos meses por causa de uma guerra entre traficantes. Criminosos ligados ao ex-chefe da favela, Nem, que foi preso pouco antes da ocupação, disputam pontos de venda de drogas com uma quadrilha liderada pelo traficante conhecido como Canelão, que pertence a uma facção rival.
Desde fevereiro, dez mortes já foram registradas na comunidade. Em razão do clima de conflitou, que resultou inclusiva na morte de um PM do Batalhão de Choque, o policiamento foi reforçado. O efetivo aumentou de 350 para 643 policiais.

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