domingo, 10 de junho de 2012

Mulher pode pegar a pena de morte por tráfico de drogas



A inglesa Lindsay Sandiford, de 55 anos, trocou o sonho de uma casa cercada por uma floresta de pinheiros na subida de uma montanha no Himaláia por uma cela cheia de mosquitos em Bali, na Indonésia. E ela ainda corre o risco de ser morta por um pilotão de fuzilamento. Mãe de dois filhos, Lindsay se mudou há cinco anos para a Índia com o objetivo de começar uma nova vida ao lado do marido Shiva Ram.
No mês passado, ela virou manchete dos jornais da Indonéisa ao posar atrás de uma mesa cheia de pacores de cocaina. As autoridades alegam que a droga, valendo cerca de R$ 5 milhões, foi encontrada no forro de sua mala. A inglesa admite ter aceitado levar uma "encomenda", mas sem saber do que se tratava. Outros três ingleses foram presos, acusados de participar da operação. Todos alegaram inocência.



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Ainda assustada e chorando a todo tempo, Lindsay fala pela primeira fez sobre os eventos que viraram sua vida de cabeça para baixo, em entrevista ao jornal britânico Daily Mail.
– Eu posso pegar a pena de morte. Eu estou com tanto medo. Posso morrer aqui – desespera-se ela, agarrando o braço da repórter, contando que já foi amarrada a uma cadeira e teve uma pistola mirada para sua cabeça.
Confinada na solitária, sem janelas, Lindsay dorme em um colchão de junco.
– É sufocante, como estar em uma sauna 24 horas por dia, sete dias por semana – conta ela.
A inglesa conta que aceitou levar a mala para Bali porque seu filho mais novo, Elliot, de 21 anos, estava sendo ameaçado por uma quadrilha de traficantes.
– Eu sabia que o que eles estavam me pedindo para fazer não era honesto. Eles não estavam me pedindo para levar tulipas ou queijo, mas eu não sabia se era dinheiro, ouro, jóias, armas, maconha ou heroína. Eu não tinha a menor ideia – explica.

Os problemas de Lindsay começaram quando a polícia descobriu uma refinaria de drogas próximo ao flat onde Elliot morava na Inglaterra.
– Por alguma razão, os traficantes acharam que o meu filho era um informante da polícia. Meu filho me ligou e disse que estava fugindo porque havia recebido ameaças. Depois, eu recebi uma ligação dizendo que meu filho era um informante e que iriam matá-lo se eu não endireitasse as coisas – descreve Lindsay, que soube do problema enquanto estava na Inglaterra para tirar seu outro filho, Louis, da prisão. Ele havia se envolvido com uma gangue e ficou seis anos preso por assalto.
Após regressar à Índia, Lindsay recebeu uma ligação mandando que ela fosse para Bali para fazer um "trabalho".
– Eu tive várias reuniões em Bali. Todas muito tensas. O homem apenas dizia, 'eu vou estar em tal lugar, na terceira mesa à esquerda. Tire a bateria do seu celular'. Até que um dia ele me mandou para Bangkok e disse que tinha muito dinheiro envolvido na jogada – revela.
Ao retornar para Bali, com uma mala entregue a ela pela namorada do tal homem, ela foi parada pela polícia.
– Eu fui parada assim que cheguei. Eles sabiam. Eu só descobri o que tinha na mala quando eles a abriram e me disseram que era cocaina – afirma Lindsay, dizendo que não sabia havia pensado no que podia acontecer se ela fosse pega com drogas na Indonésia, que aplica a pena de morte para crimes como esse: – Eu pensei mais nas consequências de não fazê-lo. Assim que a polícia me parou, eu pensei 'Meu filho está morto. Eu falhei. Eles vão matar meu filho'.
Após ser presa, a polícia ainda usou Lindsay para chegar aos outros envolvidos na transação, seguindo-a enquanto ela fazia a entrega.
– A polícia disse que iria me proteger. Em vez disso, eles me colocaram um uniforme laranja e me colocaram em frente à imprensa dizendo que eu havia 'cantado como um passarinho' – reclama, dizendo que tudo o que fez foi pelos filhos: – Olhem para mim, eu não sou uma gangster.



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