quarta-feira, 24 de abril de 2013

Defesa de Bola afirma que pretende encerrar julgamento domingo "ao vivo na TV"

bola


O advogado Ércio Quaresma disse nesta quarta-feira (24) que o julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, deve terminar apenas no domingo, "ao vivo, na televisão, e com a absolvição" do ex-policial. A declaração foi dada após o interrogatório do jornalista José Cleves, convocado pela defesa, e depois do próprio Quaresma ter criticado a imprensa. No primeiro dia, o defensor disse que os interrogatórios iriam durar "24 horas", previsão que não se concretizou.
Nesta manhã, o jornalista José Cleves, foi interrogado por mais de uma hora no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Cleves foi acusado de matar a mulher em 2000, mas inocentado em julgamento. As investigações do crime foram conduzidas pelo delegado Edson Moreira, o mesmo do caso Eliza Samudio. O jornalista foi chamado coercitivamente no primeiro dia de julgamento.
Com a intenção de desqualificar o trabalho feito pelo delegado, Quaresma perguntou sobre detalhes da investigação. Cleves contou que a mulher foi morta em um assalto em 15 de dezembro. Ele foi indiciado cinco dias depois.
Segundo o jornalista, durante a instrução processual foram feitas investigações sem conhecimento da Justiça. Esse atos foram anulados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Cleves ainda denunciou uma suposta “montagem” feita durante o processo. Uma autoridade policial concluiu que ele teria usado luvas para evitar que pólvora ficasse em seu braço. José Cleves disse que foi tirada uma foto de um pano preto perto da arma, insinuando uma luva. Essa imagem não seria real.
A testemunha contou que fez uma reportagem especial sobre máfia de caça-níqueis. Muitos policiais civis fariam também faziam parte deste esquema, que estava sendo investigado pelo Ministério Público.
O defensor de Bola perguntou ao jornalista sobre os erros cometidos ao longo do seu caso. José Cleves disse que erros acontecem em qualquer profissão, mas que na profissão dele, principalmente nos jornais impressos, é comum ocorrer divergências sobre o que foi escrito e sobre o que, de fato, ocorreu.
O jornalista contou ainda que um dos autores da morte da mulher dele foi assassinado 30 dias após o homicídio. Segundo Cleves, um comparsa do autor também foi morto na véspera do julgamento dele.
Críticas à imprensa
Ao finalizar o interrogatório, Quaresma prestou condolências a testemunha e sua família pela morte da mulher. Em seguida, o advogado apontou para um exemplar do livro "A Justiça dos Lobos", de autoria do jornalista e disse que espera que "os jornalistas leiam o livro e aprendam. E que tenham um pouco mais de decência".
A palavra foi passada ao representante do Ministério Público, Henry Vasconcelos, que assumiu o interrogatório. Ao promotor, José Cleves disse que não sabe quem "colocou" a arma nas proximidades da cena do crime. Uma perícia concluiu que a arma foi "plantada".
Ao ser questionado pelo assistente de acusação José Arteiro se era inimigo de Edson Moreira, o jornalista foi direto:
 — Não, ele é que é meu.
A juíza anunciou intervalo de 40 minutos para o almoço. Durante a tarde é esperado o depoimento do próprio Edson Moreira, citado exaustivamente nesta manhã.

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